Os Avós no Século XXI – A Síndrome dos Avós Escravos

Provavelmente poucas pessoas nunca tenham tomado conhecimento sobre a síndrome dos avós escravos, pois ela é considerada uma nova doença do século XXI. Inclusive, a OMS (Organização Mundial da Saúde) a reconhece como um abuso do papel dos avós, considerando-a um outro tipo de maus-tratos.

A síndrome dos avós escravos é cada vez mais comum! Entenda.

A síndrome dos avós escravos é uma doença que se caracteriza pelo abuso dos filhos que fazem seus pais (avós) cuidarem dos seus filhos (netos), mesmo sem terem a obrigação.

Na maioria das vezes, os avós cuidam dos seus netos, com muito prazer e satisfação. Mas, alguns filhos sabendo da disponibilidade e boa vontade dos seus pais, acabam explorando ao máximo. Em alguns casos, inclusive, abrem mão da criação e sustento das suas crianças.

O surgimento dessa síndrome se deve, em grande parte, às mudanças que a estrutura familiar sofreu nas últimas décadas. Com a incorporação da mulher ao mercado de trabalho e o aumento da expectativa de vida, existem cada vez mais idosos que se ocupam dos netos em tempo integral. Isso, em parte, facilita muito a famosa e difícil conciliação entre a vida profissional e familiar dos pais.

 “Estar sobrecarregado de atividades das quais não pode abandonar gera um sentimento de culpa, que diminui sua autoestima, aumenta sua falta de concentração, pode gerar dores de cabeça, tristeza e desânimo”.

O que fazer então para que não se torne uma doença, ou para corrigir essa convivência sem que gere excessos?

Os avós não têm a mesma energia e capacidade de quando eram nossos pais. Na velhice podem aparecer, por exemplo, limitações físicas. É necessário saber definir limites para não gerar abuso. Por isso, uma boa organização e distribuição de tarefas são fundamentais. Um planejamento que permita que os pais se organizem e contem com os avós, mas unicamente quando for estritamente necessário ou quando os avós assim o quiserem. São avós, mas são eles que, em última instância, têm o direito de decidir como querem desempenhar esse papel.

Os avós também são pessoas com interesses próprios que devem ter espaço. Isso influencia não apenas a felicidade dos avós, mas também dos netos de maneira indireta. A troca de experiências é outro ponto positivo na vivência com os netos. Os avós ajudam a reviver as memórias da família e transmiti-la por gerações. Com isso, eles também se sentem mais valorizados e com um papel social relevante. Portanto, ter os avós por perto é uma troca enriquecedora para a criança.

Desde que a atenção, cuidado e carinho não seja esquecido. Os avós precisam de um tempo livre para que descansem, façam atividades diferentes e possam cuidar deles mesmos.

Dizem que ser avós é a melhor época da vida, porque você convive com os pequenos sem a obrigação de educá-los.

Angelita Machado - Terapeuta

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