CARNAVAL 

As vezes me pego esperando o Carnaval, igualzinho na juventude. Lembro da Amaral Peixoto, dos blocos, das músicas, dos mascarados que me arrancavam suspiros, as vezes pelo jeito de olhar, ou de um salto cantando. Lembro da música "...eu sou aquele Pierro, que te abraçou e te beijou meu amor..." e a alegria de pular e de uns passos de samba, causava emoção, porque percebia os olhares em mim. Mas sorria porque era apenas ilusão, todos sambavam e pulavam. Lembro de uma volta pra casa, o ônibus lotado e a alegria seguia viagem. O suor e os cabelos despenteados não me preocupavam, queria mesmo o olhar do pierro pelas telas das máscaras. Lembro de um, que se aproximou e disse, que eu era a colombina de sua vida. Emocionei e tentei ver seu rosto. Ele sorria de minha curiosidade. Descemos no ponto final e selamos um beijo, ele de máscara e eu suada com os cabelos em desalinho. Ele se distanciou,tirou a máscara, era lindo, olhou e sorriu, mas desencantou! Preferia a máscara. Dei um sorriso de alegria. E nesse momento estou nas lembranças do passado, mas... no bloco de domingo, quem sabe reencontro aquele pierro na ilusão do encanto do Carnaval. Gosto dessa festa, são três dias de folia para acabar na quarta feira, em um lugar para a saudade morar.


Lira Vargas

Escritora 

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